Imagem: BOL
Desde a repercussão sobre o aumento de mortes no território Yanomami, o governo federal suspendeu os informativos que traziam esses dados.
O último boletim é de dezembro, com uma atualização de fevereiro deste ano, mas que só traz o balanço das mortes de 2023. No ano de 2024, há um apagão de dados.
Segundo os dados, 363 indígenas morreram no território no ano passado. Esse número representa um aumento de 6% em relação a 2022, quando foram registradas 343 mortes na terra indígena.
Em janeiro, o g1 revelou que, um ano após o anúncio da operação do governo federal na região, o cenário na Terra Índigena continuava desolador, com aumento no número de mortes, casos de malária e desnutrição. Tudo isso sob a pressão do garimpo ilegal, que ainda explorava o território.
Na época, o governo federal organizou uma operação, incluindo a visita de ministros, e prometeu uma ação permanente no território.
Depois disso, em fevereiro, deixou de publicar os boletins que traziam dados sobre mortes e doenças no território Yanomami. A última atualização é de fevereiro, mas atualizando dados de 2023.
O Ministério da Saúde não respondeu qual o motivo da suspensão ou quando deve divulgar os dados, mas disse que isso será feito. “O Ministério da Saúde divulgará em breve um balanço com dados atualizados sobre o povo Yanomami. Para garantir a precisão, os números passam por revisão das áreas técnicas das secretarias de Saúde Indígena (Sesai) e de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA)”, informou em nota.
Em janeiro, a Justiça determinou, a pedido do MPF, que o governo estabelecesse um novo plano de ação para a proteção dos Yanomami.
A reportagem também procurou o Ministério Público Federal (MPF) que vinha cobrando o governo federal sobre ações na TI, mas aguardava retorno até a publicação.