Criança de 11 anos contou para uma colega da mesma idade que era abusada sexualmente pelo próprio irmão de 34 anos no município de Paranaíba, distante 180 km de Três Lagoas.
O suspeito foi preso no último dia 27 de junho, mas foi divulgada apenas nesta semana após a conclusão do inquérito policial.
De acordo com a delegada da Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), Eva Maíra Cogo, a denúncia chegou à polícia por meio da Instituição Filontrópica, onde a menina fazia parte. “A vítima de 11 anos contou para amiga que tem na associação que teria sofrido abuso sexual no mês de maio deste ano por parte do irmão, que é filho apenas do pai dela. Além disso, relatou também que outras irmãs também havia sido vítimas do mesmo suspeito”.
“A partir de então, foi feito instaurado um inquérito e no depoimento especial, a criança confirma que foi estuprada. Em um certo dia, ela estava saindo da escola na hora do almoço, quando o autor passou pelo local e fez com que ela subisse na moto e disse que iria buscar algo em sua residência. Quando chegam no imóvel, os filhos do abusador estão na sala e ele a leva para o quarto e prática o abuso sexual contra a menina. Em seguida, a mãe dele chega e a criança relata o ocorrido, mas a mulher não acredita na versão da menina”, expôs a delegada.
Durante as investigações, a equipe da DAM teve o auxílio do Conselho Tutelar para identificar outras adolescentes que também foram vítimas do abusador. As adolescentes de 13 e 17 anos também passaram por depoimento especial e a menina de 13 anos contou que abusada em 2023, já a jovem de 17, confirmou que foi abusada e disse que os estupros ocorreram diversas vezes até completar 14 anos, pois, após esse período ela ficou grávida e ele parou de praticar o crime com ela.
“Com os relatos, descobrimos também que uma mulher que atualmente tem 24 anos – que é filha apenas da mãe do suspeito, também foi abusada. Ela morava no fundo da residência da mãe, quando o autor chegou a invadir o imóvel de madrugada e tentou a estuprar. Porém, ela conseguiu pegar um pedaço de espelho e entrou em luta corporal com o abusador. Ela contou para mãe, porém, a mesma não acreditou e não o denunciou. Durante o depoimento, ela conta que quebrou guarda-roupa como forma de descontar o que estava sentindo. Hoje, ela é moradora de rua e usuária de crack”, relatou Eva Cogo.
Já outra adolescente de 16 anos, que também é irmã do suspeito também foi abusada sexualmente. “Ela expôs que os abusos ocorreram dos 8 aos 11 anos. Ele passava a mão no corpo dela, nos seios e quando descobriu que ela já menstruava, começou a manter relação sexual com a mesma. Os estupros eram forçados e com frequência”. Além das irmãs, uma sobrinha dele de 14 anos, que é filha de uma das irmãs, também foi vítima de violência sexual.
“O suspeito e a vítima estavam voltando de um rodeio, quando dormiram juntos e ele passou a mão no corpo dela. Em seguida, ela foge do local e mantém uma distância com o abusador por um tempo”. Inclusive, a mãe dessa menina foi indiciada por saber dos abusos e não contar para a polícia. Já o pai e a mãe das outras vítimas também vão responder pelos crimes de estupro de vulnerável majorado, que é o mesmo crime do autor.
Diante dos fatos, o suspeito foi preso no último dia 27 de junho e durante o interrogatório ficou em silêncio. “Os autores de crime sexual são sempre aqueles tios que todo mundo gosta. No entanto, é sempre bom ficar de olho, pois, as vítimas relataram que ele as olhava estranho. Elas já sentiam que não era uma coisa normal de tio. Vale destacar que cerca de 80% dos estupros acontecem dentro das casas. As famílias nem sempre irão proteger, então, a ajuda sempre surge de professoras, amigos e entre outros”, finalizou a delegada.
Com informações: Diário Digital