A Prefeitura de Três Lagoas, por meio dos setores de Entomologia e Endemias, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), está implementando um inovador Projeto de Ovitrampas para monitorar e controlar a infestação do mosquito Aedes aegypti.
Desenvolvido em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) instituição nacional de pesquisa e desenvolvimento em ciências biológicas, vinculada ao Ministério da Saúde. O projeto utiliza armadilhas ovitrampas para avaliar novos índices de infestação, orientando ações de controle vetorial e vigilância de arboviroses urbanas em todo o Brasil.
As ovitrampas são métodos de amostragem que utilizam armadilhas específicas para a postura de ovos do Aedes aegypti. Este método é reconhecido por sua alta sensibilidade na detecção de ovos, permitindo uma avaliação precisa dos índices entomológicos, como o Índice de Positividade de Ovitrampas (IPO) e o Índice de Densidade de Ovos (IDO). Esses índices são fundamentais para identificar áreas de risco na zona urbana e implementar ações educativas e de controle vetorial.
Em Três Lagoas, foram distribuídas 353 ovitrampas em diversos pontos estratégicos. As armadilhas são instaladas mensalmente nas mesmas localidades, sendo recolhidas na semana seguinte para análise. Cada ovitrampa consiste em um recipiente plástico preto com capacidade de até um litro, contendo uma paleta de material Eucatex com superfície rugosa e 300 ml de água natural, acrescida de 1 ml de uma solução atrativa.
É importante destacar que o estado do Mato Grosso do Sul foi pioneiro na utilização de um sistema de georreferenciamento, um aplicativo que auxilia no direcionamento das ações de controle do Aedes aegypti, além da elaboração de mapas de calor disponíveis online. Este recurso tem se mostrado essencial para o controle vetorial das arboviroses.
Em 2023, foram realizadas oito vistorias até a semana 50, resultando na captura de 92.716 ovos. Em 2024, até a 22ª semana, cinco vistorias resultaram na captura de 109.507. O trabalho continua em andamento, com a sexta vistoria em curso nesta semana e a coleta de ovos prevista para a próxima.
A coordenadora de entomologia, Georgia Medeiros explica que o estudo vai proporcionar que a SMS avalie os impactos das estratégias de controle de Aedes aegypti e Aedes albopictus, classificar as áreas de riscos para propor ações educativas e controle vetorial, no intuito de combater todas as doenças provenientes do mosquito.