Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flavio Dino deu 90 dias à Polícia Federal para concluir investigação sobre Renan Calheiros (MDB)
Aberto em 2017, o inquérito apura supostos desvios em aportes do fundo de pensão em empresas do lobista Francisco Emerson Maximiano, o Max. Esse dinheiro, segundo a PF, pode ter abastecido Milton Lyra, apontado como suposto operador de Renan Calheiros.
Ambos são conhecidos da PF. Max foi denunciado pelas fraudes nos bilionários contrato entre o governo federal e a Precisa Medicamentos pelo fornecimento da Covaxin. Alvo de diversas buscas, Lyra foi indiciado recentemente em outro inquérito sobre propinas da Hypermarcas a Renan Calheiros.
Nessa investigação, uma auditoria da Receita Federal identificou que uma empresa de um aliado de Max fez transações sem comprovação de serviços no valor de R$ 6,4 milhões a pessoas jurídicas ligadas a Lyra. A PF vê a transação como indício de caixa dois.
Como mostrou a coluna de Guilherme Amado, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, sustentou ao ministro que a investigação é “complexa” e “segue seu curso regular”. “Até que seja definitivamente concluída, não há como descartar ou verificar, com exatidão, a participação do parlamentar nos fatos investigados”, disse Gonet.
Para o procurador-geral da República, os sete anos de tramitação não são motivo suficiente para basear um arquivamento “prematuro” das investigações. “As diligências pendentes de cumprimento e que respaldaram a prorrogação das investigações são necessárias para possibilitar um juízo adicional e mais abrangente sobre os fatos investigados”, pontuou.
A defesa de Renan Calheiros (MDB) tem afirmado no inquérito que não foram colhidas provas que apontem para ilícitos do emedebista e que, além de tudo, essa investigação apura os mesmos fatos de outros inquéritos. Por isso, segundo a defesa, deveria ser arquivado.