Maduro recusa oferta de asilo do Presidente do Panamá: “vá governar seu país e esqueça do meu”

Foto: Reprodução.

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou na sexta-feira, 9 de agosto de 2024, uma proposta de asilo do presidente do Panamá, José Raúl Mulino. Em uma declaração veiculada pelo canal estatal VTV, Maduro fez um apelo para que o líder panamenho focasse na administração de seu próprio país, evitando qualquer interferência nos assuntos internos da Venezuela.

Mais cedo, durante uma entrevista à CNN, Mulino afirmou que estaria disposto a oferecer um asilo seguro para Maduro como uma “ponte”, permitindo que ele e sua família pudessem se deslocar para um terceiro país. “Se essa é a contribuição, o sacrifício que o Panamá tem que fazer, oferecendo nosso solo para que esse homem e sua família possam deixar a Venezuela, o Panamá o faria sem dúvida”, declarou o presidente panamenho.

A resposta de Maduro veio após propostas crescentes de vários líderes internacionais, buscando uma solução pacífica para a crise política na Venezuela. No entanto, o ditador mostrou-se irredutível, agregando mais tensão ao cenário já turbulento.

Neste contexto, a líder oposicionista venezuelana María Corina Machado também se manifestou. Em uma entrevista à AFP, ela revelou que ofereceria “garantias, salvo-conduto e incentivos” para que Maduro deixasse o poder de forma pacífica. Segundo ela, “Estamos decididos a avançar em uma negociação. Será um processo de transição complexo, delicado, no qual uniremos toda a nação”.

O papel do Conselho Eleitoral Nacional na crise venezuelana

O Conselho Eleitoral Nacional (CNE) da Venezuela, que está sob controle do chavismo, tem sido alvo de críticas por sua gestão das recentes eleições presidenciais. Até o momento, o CNE não apresentou as atas eleitorais dois semanas após o pleito ocorrido em 28 de julho de 2024. Esta falta de transparência tem gerado desconfiança e acusado o CNE de manipulação eleitoral.
  • Opositores venezuelanos acusam o CNE de parcialidade.
  • María Corina Machado entregará as atas de apuração das eleições presidenciais ao governo brasileiro.
  • A missão de observação eleitoral do Centro Carter também afirmou que o candidato opositor, Edmundo González, venceu Maduro.

Situação eleitoral na Venezuela

A apuração da base de María Corina e Edmundo González apontam que o candidato opositor obteve 67% dos votos. Esse número contrasta fortemente com os dados não oficialmente divulgados pelo CNE. Em uma tentativa de confirmar a validade de suas alegações, María Corina declarou que pode entregar as atas eleitorais ao governo do Brasil e a qualquer outro governo interessado. “Podemos entregar as atas eleitorais ao governo do Brasil, e a qualquer outro governo do mundo que quiser constatar a validez do que temos”, afirmou ela ao jornal O Globo.

A chefe da missão de observação eleitoral do Centro Carter, Jennie Lincoln, corroborou essas alegações, afirmando publicamente que Edmundo González foi o vencedor na votação de 28 de julho na Venezuela. Isso coloca o regime de Maduro em uma situação ainda mais complicada, gerando mais pressão interna e externa para uma mudança política.

Enquanto isso, a comunidade internacional continua a observar atentamente os desenvolvimentos na Venezuela, esperando que uma solução pacífica e justa possa ser alcançada para benefício do povo venezuelano.

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