Sinval Ferreira, líder religioso de uma igreja em Samambaia Norte, no Distrito Federal, foi preso na manhã desta quarta-feira (22) sob acusações de violação sexual mediante fraude e extorsão.
Segundo as investigações da Polícia Civil (PCDF), o pastor, de 41 anos, explorava sua influência na congregação, prometendo “quebrar maldições” por meio de abusos sexuais. Uma outra pastora, de 58 anos, é suspeita de ser cúmplice desses atos.
Com mais de 29 mil seguidores nas redes sociais, o pastor costumava postar os cultos, fotos com a família e os trabalhos como cantor. Nos diversos vídeos, ele aparece entregando revelações aos fiéis, suposto dom que tinha, segundo o depoimento de vítimas na delegacia.
Em um dos casos chocantes, ele abordou um fiel, afirmando ter recebido uma visão onde a esposa do indivíduo estava destinada a morrer. A solução proposta para “quebrar a maldição” consistia na realização de sete “unções”, que envolviam toques íntimos na esposa do fiel. Movido pelo medo, o fiel cedeu às demandas do líder religioso.
Conforme revelado pela investigação da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte), o pastor frequentemente coagia os fiéis sob a ameaça de morte de um parente próximo, como cônjuge ou filho, forçando estes a manterem relações sexuais não só com ele, mas também com outros membros da congregação.
Uma segunda pastora, de uma igreja em Sobradinho, é suspeita de complementar essas ameaças com a promessa de “castigo celestial”, chegando até mesmo a participar de atos sexuais com os fiéis na presença do pastor.
Além dos abusos, as investigações também revelaram que o pastor obtinha vantagens financeiras dos membros da igreja através de intimidação. As ameaças incluíam previsões de morte ou deficiência de entes queridos.
Uma das vítimas, além de realizar doações à igreja, chegou a financiar a viagem do autor para o Rio de Janeiro, além de emprestar uma chácara onde o pastor organizou “orgias” com outros membros da congregação.
As buscas realizadas nesta manhã abrangeram as cidades de Vicente Pires, Samambaia e Sobradinho. Os acusados enfrentarão processos pelos crimes de violação sexual mediante fraude e extorsão, cujas penas podem alcançar até 17 anos de prisão.
Com informações: Tupi.fm